sexta-feira, 4 de junho de 2010


A peça, de autoria de Clóvys Tôrres (que também assina a direção), é uma comédia dramática sobre o amor e a memória. Um casal se diverte indo a casamentos, mesmo sem o convite para a cerimônia.


Carinho, brincadeiras e lembranças de um passado cheio de percalços, se misturam na vida de um casal que conseguiu manter a poesia no seu relacionamento.

Os atores Walter Portella e Lílian Blanc mostram que a chamada terceira idade pode ser sinônimo de experiência de vida, pois dão um show em cena. Encantam, emocionam.

Lilian esbanja carisma, talento e jovialidade. Em cena, consegue demonstrar todo o seu talento e experiencia. Portella também é um ator excelente, que se entrega de corpo e alma ao seu personagem. A química entre os dois em cena merece atenção especial. Estabelecem um lindo jogo cênico, emanando emoção e empatia. A dupla de atores é com certeza o maior trunfo do espetáculo. Clóvys aproveitou muito bem os atores que tinha em mãos.

Uma mala no meio do palco serve como cenário. Dela, saem as memórias dos personagens. A volta ao passado é dolorida, mas também repleta de bons momentos.

O desenho de luz realça as emoções dos personagens e o lirismo do espetáculo ganhou impacto com a direção centralizada na interpretação dos atores.

Tôrres teve a sensibilidade para captar as agruras e a magia do envelhecimento e criou uma montagem que merece ser vista por pessoas de todas as idades.

Num mundo em que impera o individualismo e que as relações se dissolvem rapidamente, O Convite de Casamento valoriza a capacidade de amar e de sonhar dos seres humanos.

¨ Sempre tive grande curiosidade sobre a velhice. Normalmente os idosos são pessoas que têm muito o quê contar e observar sobre a vida. Há oito anos pesquiso mais organizadamente este tema e observo velhos à minha volta. Meus avós sempre foram figuras especiais na minha vida...Portanto, desde de sempre me rodearam com suas observações, exemplos¨, diz Tôrres.

Depois de temporada em São Paulo (em 2009) e apresentações no interior do estado, a peça fica em cartaz até a se mana que vem no Teatro Augusta, em horário alternativo (16:00h).

O encontro entre Portella, Tôrres e Lilian rendeu frutos com a criação da Cia Mucuta de Teatro.


Por Nanda Rovere

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