quinta-feira, 10 de junho de 2010

José Nêumanne

27/02/10 - 08h48

Publicado Por: Bruno Pongas

Ótima peça está em cartaz no Teatro Augusta
José Nêumanne

Direto ao assunto

Fique por dentro do que realmente acontece nos bastidores da política e economia, acompanhando "Direto ao Assunto", com o comentarista Jovem Pan, José Nêumanne Pinto.



José Nêumanne fala sobre a peça: OUÇA http://p.audio.uol.com.br/jovempan2/www/mp3/2010/02/27/NEUMANNE270210B.mp3

Infelizmente a peça "O Convite de Casamento" só vai estar em cartaz neste sábado e neste domingo, às quatro horas da tarde, no Teatro Augusta, ali do lado da Bela Vista.

O teatro foi reformado, está bonitinho e a peça realmente merece ser vista.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

OVERMUNDO (site)

agenda • o convite de casamento

O CONVITE DE CASAMENTO

de 10/4 a 02/5 • São Paulo, SP

Rosemar Schick • São Paulo, SP

10/4/2010 •

Sábado à tarde-16hrs-entrei no teatro Augusta-SP sem saber ao certo o que poderia ser O CONVITE DE CASAMENTO, e percebi logo no início que seria um deleite.

Dois atores em cena - Lilian Blanc e Walter Portella- brincando de Clark Gable e Marlene Dietrich no entanto para fugir da realidade- o que nos proporciona momentos interessantes, como qdo Lilian canta em alemão!uau! adorei!-são pessoas comuns, viveram vários momentos juntos e relembram, no entanto a memória prega peças ou o telefone que toca e os deixa apavorados...

Texto escrito por Clóvis Tôrres (direção tb), um jovem de 40anos, que se interessa pelo universo de pessoas mais velhas- já tem 3 textos sobre o tema escritos e está escrevendo outro- assiste a todas as sessões e se emociona.

Texto delicado para todas as idades, mas que vai encantar a terceira idade- geralmente menosprezada-, uma oportunidade de ver seu mundo retratado em alguma obra.

Em cartaz neste teatro até 02maio, algumas apresentações no Sesc e viagens.

Palavras de Éric Lenate

NOSSA JUVENTUDE ENVELHECIDA


Para Clóvys Torres


Que fascínio é esse que nos causa
A Maior Idade? A Melhor Idade, dizem alguns…
Que nos faz deitar lágrimas
diante da gigante pequenez de um Lear,
leão envelhecido?
Que mistérios que nos detêm a contemplar
a face enrugada
ou o andar alquebrado
de quem já tanto viveu?


Meu querido, teu texto é belo!


Belo porque te mostra nele, rendido diante dos mistérios do Tempo.

E não pintou dois velhinhos cansados de tanto viver e sofrer, a contemplar a passagem das horas que se findam dizendo: “Onde será que deixei meus óculos?”, “Ai, meus ossos doem!”. Não! Sois dois formidáveis velhinhos se preparando para uma festa! A festa de suas vidas!

De onde você tirou esse idéia de um casal de velhinhos famosos por serem penetras em festas de casamento?!?! É genial…

Estruturalmente falando, os outros dois personagens que “aparecem”, o Porteiro e o Filho Policial, são importantíssimos. Primeiro porque vejo uma admirável habilidade tua em dar força a dois personagens que não entram em cena. Segundo porque a interferência deles ao longo da peça, dá uma agilidade tremenda à narrativa. É um texto muito ágil. Tem de ser conduzido com agilidade. Talvez as lacunas vistas por determinadas pessoas no dia da leitura, sejam reflexo dessa agilidade não trabalhada na leitura por falta do tempo que vocês não tiveram para a preparação da mesma. Mas isso não importa.

Insisto ainda em dizer dessa agilidade: É tua transposição literária dos efeitos que o Tempo te causa, me causa, nos causa a todos… Quem não se atrapalha com as peripécias da não linearidade do tempo? Com o que é memória e o que é invenção?

Outra coisa: os incidentes de ordem metafórica ocorridos ao longo da narrativa (os ruídos de uma construção ao lado do apartamento, e a aparição de um muro no lugar da porta, depois o desparecimento do muro, ao final), são colocados de maneira, ao meu ver, muito delicada, despretenciosa. Acontecem quase que naturalmente, e quando percebemos, o significado cai que nem pedra nas nossas cabeças. Da mesma maneira natural estes “problemas” devem ser resolvidos durante um processo de encenação. Se o diretor der mais significado além do já implícito nestes signos, ele vai cagar e neutralizar toda sua força.

Além da tua condução ágil, você também “brincou” com a memória destes dois adoráveis velhinhos, o que nos leva a retardar em nós o andamento da peça, parar e acompanhar esses pequenos momentos reclusos de suspensão que são os passeios pelas bolhas flutuantes das reminiscências dos dois. E logo em seguida o telefone ou o interfone toca! E voltamos todos ao andante maestoso! Belas manobras tuas!

É estimulante pensar o cuidado que o responsável pela condução da encenação terá de ter ao lidar com esses arranques alegro vivace entre o casal de velhinhos, o porteiro e o filho, e as descidas aos obscuros calabouços da memória dos velhos. Lembrando também que consigo sentir e ver o passeio da brisa gelada de tal memória por todo o texto. O casal não fica um instante livre de tal peso. Isso é muito delicado. Isso é muito belo de ser pensado de resolvido em cena.

Não falta nada ao teu texto senão encená-lo, meu querido. Já vivem estes dois seres que você criou. Não os explique mais. Não nos explique mais. Fiquemos com os mistérios indecifráveis. Fiquemos com o Tempo indecifrável que há entre mim e você, entre o velho e a velha, entre os velhos e a platéia, entre a velhice e a nossa juventude envelhecida.

Com grande carinho,
e admiração,
Eric Lenate.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Mais Cartas

Queridos!

Continuo trabalhando muito, por isso a ausência, mas a saudade é enorme!
Com toda esta loucura que escolhi viver, não abro mão de algumas coisas.
Uma delas é a assídua frequência ao LETRAS EM CENA, toda segunda-feira às 19H30 no Masp - free - ninguém paga nada e recebe generosas doses de cultura.
Se estou em São Paulo, a segunda-feira é sagrada, estou lá, nem preciso saber quem vai se apresentar, tenho certeza que haverá sempre um bom texto, uma boa leitura.

Quero também indicar o delicadíssimo texto do Clóvys Tôrres.

Vale lembrar que apesar do horário que está sendo apresentado NÃO É INFANTIL
Queridos!

Quando tiverem paciência deem uma olhada nestas dicas de programas em São Paulo.
Como todo paulistano que se preza, as primeiras dicas são de restaurante mesmo, por isso o CONVITE DE CASAMENTO viu antes de tudo.
Aos QUERIDOS forasteiros ou nativos as dicas são muito interessantes que recebi e estou repassando.
Beijos
Maria Aparecida Chakarian

Carta

Ainda estou sob o impacto emocional e artístico de "O Convite". Sim, o texto, no seu todo, é muito bom - mas a cena final é realmente impactante.
Diga ao Portella, por favor, que o velho ator Pedro de Camargo considera-se um privilegiado, por ter assistido, ontem, a uma verdadeira master class de interpretação, ministrada pelo grande ator Walter Portella.
Lilian também está ótima.
Percebe-se no trabalho, Tôrres, que vocês três são cultores entusiasmados da magia do teatro.

Forte abraço, Pedro de Camargo.
O Convite de Casamento


comédia de Clóvys Tôrres

lúcido adj. 1. Brilhante, claro. 2. Que vê, compreende ou exprime claramente. 3. Fig. Muito inteligente.

Lilian Blanc e Walter Portella são um deleite para o público. Esses dois grandes nomes do teatro brasileiro não deixam pesar a história por trás de suas prestigiadas carreiras e interpretam com lucidez um casal não tão lúcido.
Piadas bem construídas e executadas no tempo certo garantem a diversão ao acompanhar as discussões dos dois personagens. O diretor sabe aproveitar o altíssimo nível dos atores que tem nas mãos, realizando a peça com cenário simples e minimalista. Essa teatralidade essencial se encaixa como uma luva nesse texto leve.

Ou talvez eu devesse dizer "texto, em geral, leve". Numa desnecessária derrapada de encontro à mania teatral brasileira de falar da ditadura, o espetáculo tem seus cinco minutos em que, ao tentar ganhar força, acaba por perdê-la. Mas relaxe: logo depois toma-se de volta o rumo certo e a plateia pode se encantar com o doce, ainda que previsível, final.

Postado por Prof. Adamante

Porta de entrada para um compromisso

Oscar D’Ambrosio, jornalista e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA- Seção Brasil).

Com texto e direção de Clóvys Torres, a peça O convite de casamento apresenta ao espectador um desafio desde o seu início. Trata-se de uma jornada que percorre um universo do qual é difícil sair ileso, já que a chamada terceira idade e a morte são realidades em que é inegável o encontro com situações incômodas.

O casal de idosos da obra, interpretado por Walter Portella e Lilian Blanc, se alimenta da expectativa de comparecer a casamentos para os quais nunca é convidado. Essa atividade de penetra traz em si um risco de emoção e uma sensação de pertencer a alguma coisa, formas de combater a solidão e o isolamento que o tempo traz.

Um casamento, além da cerimônia e da festa, traz o conceito de esperança do início de uma nova jornada. De certa maneira, ao ir onde não são convidados, os personagens renovam a aliança que existe entre eles, num jogo permanente entre seu cotidiano sem atrativos e os imortais Clark Gable e Marlene Dietrich.

O ato de se casar evoca ainda, no contexto da criação dramatúrgica, uma ação que leva o marido a ter conhecido os porões da ditadura e da tortura. O medo do passado, para ambos, pode ser até pior que a decadência do presente e a incerteza do futuro.

Ela, ao manifestar esquecimentos indicadores do Mal de Alzheimer, e ele, em sua luta para não evidenciar as próprias fragilidades e as dela, constroem um conjunto que se dá as mãos para não naufragar perante o poder derrisório do tempo. Um se alimenta da solidão do outro para permanecer vivo numa realidade hostil.

A peça é uma porta de entrada para um compromisso do público com o autor/diretor e os atores. Vivenciar essa experiência dramatúrgica significa perceber-se mortal e vulnerável, deixando de ser dominador para ser dominado pela vida e suas circunstâncias, nem sempre agradáveis, mas, de uma forma ou de outra, enriquecedoras.

sexta-feira, 4 de junho de 2010


A peça, de autoria de Clóvys Tôrres (que também assina a direção), é uma comédia dramática sobre o amor e a memória. Um casal se diverte indo a casamentos, mesmo sem o convite para a cerimônia.


Carinho, brincadeiras e lembranças de um passado cheio de percalços, se misturam na vida de um casal que conseguiu manter a poesia no seu relacionamento.

Os atores Walter Portella e Lílian Blanc mostram que a chamada terceira idade pode ser sinônimo de experiência de vida, pois dão um show em cena. Encantam, emocionam.

Lilian esbanja carisma, talento e jovialidade. Em cena, consegue demonstrar todo o seu talento e experiencia. Portella também é um ator excelente, que se entrega de corpo e alma ao seu personagem. A química entre os dois em cena merece atenção especial. Estabelecem um lindo jogo cênico, emanando emoção e empatia. A dupla de atores é com certeza o maior trunfo do espetáculo. Clóvys aproveitou muito bem os atores que tinha em mãos.

Uma mala no meio do palco serve como cenário. Dela, saem as memórias dos personagens. A volta ao passado é dolorida, mas também repleta de bons momentos.

O desenho de luz realça as emoções dos personagens e o lirismo do espetáculo ganhou impacto com a direção centralizada na interpretação dos atores.

Tôrres teve a sensibilidade para captar as agruras e a magia do envelhecimento e criou uma montagem que merece ser vista por pessoas de todas as idades.

Num mundo em que impera o individualismo e que as relações se dissolvem rapidamente, O Convite de Casamento valoriza a capacidade de amar e de sonhar dos seres humanos.

¨ Sempre tive grande curiosidade sobre a velhice. Normalmente os idosos são pessoas que têm muito o quê contar e observar sobre a vida. Há oito anos pesquiso mais organizadamente este tema e observo velhos à minha volta. Meus avós sempre foram figuras especiais na minha vida...Portanto, desde de sempre me rodearam com suas observações, exemplos¨, diz Tôrres.

Depois de temporada em São Paulo (em 2009) e apresentações no interior do estado, a peça fica em cartaz até a se mana que vem no Teatro Augusta, em horário alternativo (16:00h).

O encontro entre Portella, Tôrres e Lilian rendeu frutos com a criação da Cia Mucuta de Teatro.


Por Nanda Rovere
O CONVITE DE CASAMENTO é uma comedia interpretada por Walter Cândido Portella e Lílian Blanc. O casal de velhos, fanáticos por festas de casamento para as quais não são convidados, se utilizam de figuras como Clark Gable e Marlene Dietrich para falar das emoções mais cotidianas e profundas da vida. Enquanto tentam sair do apartamento para curtir mais uma festa de casamento, sem convite, eles vivenciam situações cômicas com um filho que não os deixa em paz e com um porteiro que não pára de ligar no interfone e nos telefones...Nesta procura pela chave da porta que perderam pela milésima vez, eles revivem cenas de suas vidas.


Com humor ácido, com inteligência e poesia, se revelam dois românticos que buscam viver com profundidade suas vidas, passando a vida de casal a limpo, numa verdadeira declaração de amor à vida. “Eu sou imorrível. Como é que duas pessoas como nós podem morrer? Me responda: Clarck morreu?” Pergunta Amadeo. Um jogo teatral, lúdico, cômico que apresenta dois clowns à beira dos 80 anos de vida, representado por dois grandes atores que juntos somam quase oitenta anos de prática teatral nos palcos do Brasil: Walter Portella, primeiro ator de Antunes, com quem trabalhou quase 20 anos. Lílian Blanc, que durante dez anos integrou o Grupo TAPA. Uma história para divertir, para emocionar e pensar, pontuando lágrimas com muitos sorrisos e gargalhadas. Um espetáculo para toda a família.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fotos!!





Lílian Blanc e Walter Portella